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O que é Terapia Cognitivo-Comportamental na Infância e Adolêscencia
Em 1960, Aaron Beck desenvolveu uma forma de psicoterapia estruturada, de curta duração, voltada para o momento de vida presente do paciente. O foco em pensamentos e comportamentos atuais que comprometiam a funcionalidade dos pacientes, fez com que a terapia abordasse tanto a autopercepção e autoconhecimento como desenvolvesse estratégias para a resolução de problemas. Estes modelos iniciais de terapia ganharam pesquisas científicas, com amostras representativas e comprovaram sua efetividade para sintomas depressivos, sintomas ansiosos e outros conjuntos de sintomas, dentro do espectro da saúde mental.
A TCC parte do pressuposto que as pessoas interpretam o mundo, percebem seu mundo interno e externo através de uma lente própria. Esta lente seria fruto de sua carga genética, condição cognitiva, estado emocional, história das relações afetivas, experiências sociais e culturais. Assim, esta lente desenvolveria interpretações (pensamentos) carregadas de um sistema de crenças específicas e expressariam sentimentos e comportamentos próprios do sujeito. Portanto, a TCC propõe que os pensamentos exercem uma grande influência nas emoções e condutas, sendo que os pensamentos disfuncionais geram grandes dificuldades e acometimento das áreas da vida do sujeito, comuns a todos os pacientes com disfunções psicológicas. Isto não quer dizer que os pensamentos disfuncionais são fatores determinantes para a causa (etiologia) dos transtornos mentais. Estes são gerados por múltiplos determinantes, intrínsecos ao sujeito (fatores genéticos, neurodesenvolvimento e pensamentos _ crenças) e os extrínsecos ao sujeito, (fatores sociais, história e traumas na vida, fatores culturais e religiosos).
Neste contexto, o terapeuta procura produzir através de variadas estratégias e técnicas mudanças cognitivas, com o objetivo de gerar pensamentos, emoções e comportamentos flexíveis e funcionais na vida dos pacientes. A modificação das crenças a respeito de si, do outro e do mundo ocorre através do ensino de métodos, que possuem o objetivo do paciente se apropriar de uma visão mais realista, podendo alterar suas percepções de situações específicas do dia a dia.
A Terapia Cognitiva-comportamental tem sido adaptada a indivíduos com diferentes manifestações clínicas, idades, classes sociais e econômicas, bem como para uma variedade de sociedades e manifestações culturais em todo mundo. Aplicada com objetivos terapêuticos, educativos e preventivos, em diferentes contextos institucionais, como por exemplo: ambientes de tratamento de saúde, instituições de ensino, empresariais e de reabilitações.
Indicação de leitura: Judith Beck. Terapia Cognitivo-comportamental. Teoria e Prática. Artmed, 2013.
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