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Disciplina Positiva: Como educar com gentileza e afetividade

A Disciplina Positiva nasceu há mais de 30 anos pela psicóloga e educadora norte-americana Jane Nelsen, que desenvolveu a abordagem a partir das teorias dos psiquiatras Alfred Adler (1870-1937) e Rudolf Dreikurs (1897-1972). A ideia principal é a de que as crianças possuem o direito à dignidade e ao respeito, assim como qualquer outra pessoa, e devem ser ouvidas e compreendidas.

A Disciplina Positiva é uma abordagem socioemocional e possui 5 pilares fundamentais:
- Conexão: surge quando os filhos sentem um senso de pertencimento e de importância na família; 
- Respeito mútuo: ser gentil e firme ao mesmo tempo; 
- Eficácia a longo prazo;
- Foco no desenvolvimento de habilidades de vida (autocuidado, respeito, responsabilidade, cooperação, autodisciplina, resolução de problemas, empatia e outros); 
- Estímulo à autonomia.

O ensino e prática da educação, baseada no exercício da gentileza e do estabelecimento de limites claros, estão na base desta abordagem. Desta maneira, a Disciplina Positiva parte de uma perspectiva não-punitiva e não-violenta, bem como não-permissiva. Não apoia reprimendas físicas, psicológicas ou verbais, nem prêmios ou recompensas por "boa conduta", nem tão pouco permite que a criança faça o que for mais confortável para ela. 

As Bases da Disciplina Positiva se encontram no respeito ao atendimento das necessidades fundamentais para um desenvolvimento saudável e resiliente, desenvolvimento de habilidades saudáveis para a vida. 

A abordagem permite que a criança e adolescente cresça respeitando a si e aos pais, cooperando e se sentindo pertencente. Neste ponto, existe uma diferença entre obedecer e cooperar. À medida que a criança cresce, ganha progressivamente a consciência do seu papel na família. A Disciplina Positiva prega que os pais não devem partir para um discurso autoritário onde o comum é rivalizar com os filhos e, assim, emitem a mensagem "aqui quem manda sou eu" ou "vai fazer porque eu estou mandando". A criança que apanha, que é ameaçada e constantemente criticada, em nome de uma educação, sofre impactos extremamente negativos em sua autoestima e no senso de capacidade. Porém, se ela se enxerga parte de uma unidade —no caso, a família — e entende que suas ações têm impacto no coletivo, passa a cooperar de boa vontade, em vez de obedecer por medo.
Ninguém aprende por medo, reagimos, nos afastamos ou nos defendemos agressivamente diante situações que nos causam medo. 

O autocontrole da criança será uma resposta diante o autocontrole dos pais. Pedir para a criança se acalmar e que juntos poderão pensar em uma melhor solução para o problema num momento oportuno, é o caminho para base dos combinados e das relações de confiança. Contudo, para tanto, os pais devem também se autocontrolar e se for muito difícil, se for difícil se controlar diante uma criança, seria melhor procurar uma ajuda. Há o caminho da tomada de consciência e de decisão sobre os impulsos direcionados aos filhos, ao compreenderem que existe um grande impacto das ações parentais sobre os filhos e este impacto recai sobre o modo como os filhos se percebem e se comporta no mundo. Um dos caminhos para o aprendizado infantil são os modelos dos pais ou cuidadores. 

Livro de referência: Jane Nelsen. Disciplina Positiva. Editora Manole, 2015

©2023 Andrea Caiuby

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