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Disciplina Positiva: Disciplina Positiva: o aprendizado de limites inicia no afeto
Existe uma concordância geral de que os bebês, crianças e adolescentes precisam aprender limites, organização e orientação para vida, mas como fazer?
Para pensarmos a respeito, é importante entender como os bebês, crianças e adolescentes aprendem. Toda aprendizagem, mesmo que de regras e limites, inicia no afeto, a partir do qual as crianças aprendem a ter intimidade, segurança, confiança, empatia e laços com as pessoas que cuidam dela. O aprendizado de regras e limites começa no afeto porque este processo inicia no desejo de agradar as pessoas a sua volta, tendo como consequência a percepção de que é aceita, querida e amada. Assim, as crianças desejam agradar por vários motivos: porque amam seus pais e querem as aprovações e respeito; ou porque têm medo. As crianças também aprendem imitando os adultos que admiram, que são as referências de relações afetivas. A moralidade se desenvolve pela tentativa de tornar-se semelhante e igual ao seu adulto admirado.
As crianças se sentem bem quando aprendem por empatia e afeto e, de maneira sustentadora, replicam o que aprendeu em outros ambientes com segurança. Precisam aprender a controlar seus impulsos e compreender os limites de casa, da escola e da sociedade. É uma tarefa a longo prazo, que se desenvolve no decorrer das fases iniciais de vida.
A Disciplina significa ensino, não é bater ou disciplinar fisicamente. O castigo físico é desrespeitoso e fatalmente comprometerá a relação de confiança com o cuidador e a autoimagem da criança. Usar uma ação violenta, para resolver uma questão, é dizer à criança que, resolver com violência é a maneira correta de resolver os problemas na vida dela. E, com certeza, os pais ou cuidadores, não ensinarão uma habilidade positiva para uma vida resiliente e feliz.
Então, como ensinar limites e regras?
Inicialmente, deve estar claro aos cuidadores quais as regras da casa, o que priorizam como importante para o aprendizado dos filhos, funcionamento do dia a dia, bem-estar de todos. Seja qual for o motivo, as regras devem ser do conhecimento dos cuidadores e aplicadas de maneira consistente.
As regras devem ser pensadas diante o respeito as necessidades dos cuidadores ou pais, bem como respeitando as necessidades dos filhos. Existe uma diferença entre desejos e necessidades dos filhos. Digo que as regras devem ser pensadas diante as necessidades dos filhos, nos diferentes momentos do desenvolvimento. Por exemplo: existe a regra sobre a hora para que todos de manhã saiam de casa, respeitando o horário da escola e ou do trabalho dos pais; existe a regra de comer juntos na hora do almoço, pois atende a necessidade dos cuidadores de estarem juntos e de se conectarem como família; existe a regra da hora de dormir, pois atende a necessidade de boas horas de sono reparador; regra de não emitirem xingamentos dentro de casa, para criar e manter um ambiente respeitoso; ou até a regra de chegar em casa na hora marcada, entre outras.
Os pais ou adultos de referência devem ser gentis no momento de conversar sobre as regras, respeitar as próprias necessidades e as dos filhos. Explicar a necessidade das regras e pedir cumprimento, com clareza e firmeza. Este ato ensina empatia e respeito, pois as regras existem para que todos se sintam bem e atendidos em suas demandas de saúde e do dia a dia.
Os bebês, crianças e adolescentes aprendem rápido com o afeto e respeito presentes na comunicação. No momento das conversas, eles também serão ouvidos e considerados parte do processo, parte integrante do bem-estar de todos. O comportamento solicitado tende a ser emitido e mantido diante a percepção de que ele agrada aos pais e contribui para o bem-estar de todos.
Lembrem-se: Por vezes, todos nós precisamos aprender com os modelos e com repetições. As oportunidades do dia a dia são excelentes momentos de colocar em prática as conversas sobre limites e regras. Contudo, os erros também são belos momentos para a aprendizagem! Vamos exercitar a comunicação gentil e firme!
Livro de referência: Jane Nelsen. Disciplina Positiva. Editora Manole, 2015.
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